segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Introdução
A educação que desejamos.

Pesquisa do (INEP) mostra que a escola, a partir do 5 ano, fica fragmentada os alunos perdem o interesse os conteúdos e as disciplinas estão soltas , falam de assuntos sem ligação com a realidade dos alunos. Professores estão desmotivados. A infraestrutura está comprometida.
   No ensino superior , metade dos alunos não termina seu cursoe não se formam. 
   A escola vive uma realidade e um papel dramático. Apesar dos avanços reais no Brasil, estamos distantes de uma educação de qualidade.
   A educação e a consciência e ação política é estratégica de todos nossos governantes.
   A sociedade evolui mais do que a escola e sem mudanças profundas. Não basta colocar os alunos na escola. Temos de oferecer-lhes uma educação instigadora, estimulante, provocativa, dinâmica ativa desde o começo e em todos os níveis de ensino.
   A educação precisa de mudanças estruturais. Um estudante que termina uma faculdade dedicou a aprendizagem mais de 20 mil horas.E incrível que , depois de tantos anos de aprendizagem muitos alunos não sabem interpretar textos, não conseguem entender as mudanças do mundo que vivem.
   Escolas não conectadas são escolas incompletas( mesmo quando didaticamente avançadas). Alunos sem acesso contínuo as redes digitais estão excluídos de uma parte importante da aprendizagem atual.
   A sociedade está caminhando para ser uma sociedade que aprende de novas maneiras.  
   A educação escolar precisa, cada vez mais, ajudar todos a aprender de forma mais integral humana, afetiva e ética, intregando o individual e o social, os diversos ritmos , métodos, tecnologias , para construir cidadãos plenos em todas as dimensões.

Por José Manuel Moran

 Especialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância
Publicado na revista Tecnologia Educacional. Rio de Janeiro, vol. 23, n.126, setembro-outubro 1995, p. 24-26
jmmoran@usp.br



Tecnologias na educação

As tecnologias de comunicação não mudam necessariamente a relação pedagógica. As Tecnologias tanto servem para reforçar uma visão conservadora, individualista como uma visão progressista. A pessoa autoritária utilizará o computador para reforçar ainda mais o seu controle sobre os outros. Por outro lado, uma mente aberta, interativa, participativa encontrará nas tecnologias ferramentas maravilhosas de ampliar a interação.

As tecnologias de comunicação não substituem o professor, mas modificam algumas das suas funções. A tarefa de passar informações pode ser deixada aos bancos de dados, livros, vídeos, programas em CD. O professor se transforma agora no estimulador da curiosidade do aluno por querer conhecer, por pesquisar, por buscar a informação mais relevante. Num segundo momento, coordena o processo de apresentação dos resultados pelos alunos. Depois, questiona alguns dos dados apresentados, contextualiza os resultados, os adapta à realidade dos alunos, questiona os dados apresentados. Transforma informação em conhecimento e conhecimento em saber, em vida, em sabedoria -o conhecimento com ética.

As tecnologias permitem um novo encantamento na escola, ao abrir suas paredes e possibilitar que alunos conversem e pesquisem com outros alunos da mesma cidade, país ou do exterior, no seu próprio ritmo. O mesmo acontece com os professores. Os trabalhos de pesquisa podem ser compartilhados por outros alunos e divulgados instantaneamente na rede para quem quiser.Alunos e professores encontram inúmeras bibliotecas eletrônicas, revistas on line, com muitos textos, imagens e sons, que facilitam a tarefa de preparar as aulas, fazer trabalhos de pesquisa e ter materiais atraentes para apresentação. O professor pode estar mais próximo do aluno. Pode receber mensagens com dúvidas, pode passar informações complementares para determinados alunos. Pode adaptar a sua aula para o ritmo de cada aluno.Pode procurar ajuda em outros colegas sobre problemas que surgem, novos programas para a sua área de conhecimento. O processo de ensino-aprendizagem pode ganhar assim um dinamismo, inovação e poder de comunicação inusitados.

O re-encantamento, em fim, não reside principalmente nas tecnologias cada vez mais sedutoras mas em nós mesmos, na capacidade em tornar-nos pessoas plenas, num mundo em grandes mudanças e que nos solicita a um consumismo devorador e pernicioso. É maravilhoso crescer, evoluir, comunicar-se plenamente com tantas tecnologias de apoio. É frustrante, por outro lado, constatar que muitos só utilizam essas tecnologias nas suas dimensões mais superficiais, alienantes ou autoritárias. O re-encantamento, em grande parte, vai depender de nós.

Bibliografia:

- GARDNER, Howard. As estruturas da mente. Porto Alegre: Editora Artes Médicas, 1994.

- MORAN, José Manuel. Interferências dos Meios de Comunicação no nosso Conhecimento. INTERCOM Revista Brasileira de Comunicação. São Paulo, XVII (2):38-49, julho-dezembro 1994.

- NEGROPONTE, Nicholas. A vida digital. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

- POSTMAN, Neil. Tecnopólio; A rendição da cultura à tecnologia. São Paulo: Nobel, 1994.

-RECODER, Maria-José et alii. Informação Eletrônica e Novas Tecnologias. São Paulo: Summus, 1995. 
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